terça-feira, 27 de outubro de 2009

A verdadeira teoria dos jogos

A verdadeira teoria dos jogos



Teoria dos Jogos é um ramo da matemática aplicada que estuda situações
estratégicas onde jogadores escolhem diferentes ações na tentativa de melhorar
seu retorno. Inicialmente desenvolvida como ferramenta para compreender
comportamento econômico e depois usada pela Corporação RAND para definir
estratégias nucleares, a teoria dos jogos é hoje usada em diversos campos
acadêmicos. A partir de 1970 a teoria dos jogos passou a ser aplicada ao estudo
do comportamento animal, incluindo evolução das espécies por seleção natural.
Devido a interesse em jogos como o dilema do prisioneiro, no qual interesses
próprios e racionais prejudicam a todos, a teoria dos jogos vem sendo aplicada
na ciência política, ética, economia, filosofia e, recentemente, no jornalismo,
área que apresenta inúmeros e diversos jogos, tanto competitivos como
cooperativos. Finalmente, a teoria dos jogos despertou a atenção da ciência da
computação que a vem utilizando em avanços na inteligência artificial e
cibernética.

A teoria dos jogos tornou-se um ramo proeminente da matemática nos anos 30 do
século XX, especialmente depois da publicação em 1944 de The Theory of Games and Economic Behavior de John von Neumann e Oskar Morgenstern. A teoria dos jogos distingue-se na economia na medida em que procura encontrar estratégias
racionais em situações em que o resultado depende não só da estratégia própria
de um agente e das condições de mercado, mas também das estratégias escolhidas
por outros agentes que possivelmente têm estratégias diferentes ou objectivos
comuns.

Os resultados da teoria dos jogos tanto podem ser aplicados a simples jogos de
entretenimento como a aspectos significativos da vida em sociedade. Um exemplo
deste último tipo de aplicações é o Dilema do prisioneiro (esse jogo teve sua
primeira análise no ano de 1953) popularizado pelo matemático Albert W. Tucker,
e que tem muitas implicações no estudo da cooperação entre indivíduos. Os
biólogos utilizam a teoria dos jogos para compreender e prever o desfecho da
evolução de certas espécies. Esta aplicação da teoria dos jogos à teoria da
evolução produziu conceitos tão importantes como o conceito de Estratégia
Evolucionariamente Estável, introduzida pelo biólogo John Maynard Smith no seu
ensaio Game Theory and the Evolution of Fighting.

Na economia, a teoria dos jogos tem sido usada, segundo Joseph Lampel, para
examinar a concorrência e a cooperação dentro de pequenos grupos de empresas. A
partir daí, era apenas um pequeno passo até a estratégia. Pesquisadores de
administração de estratégia têm procurado tirar proveito da teoria dos jogos,
pois ela provê critérios valiosos quando lida com situações que permitem
perguntas simples, não fornecendo respostas positivas ou negativas, mas ajuda a
examinar de forma sistemática várias permutações e combinações de condições que
podem alterar a situação. As questões estratégicas da vida real dão origem a um
número imenso de variações, impossibilitando o tratamento exaustivo de todas as
possibilidades. Assim o objetivo não é resolver as questões estratégicas, mas
sim ajudar a ordenar o pensamento estratégico - provendo um conjunto de
conceitos para a compreensão das manobras dinâmicas contra os concorrentes.
Em complemento ao interesse acadêmico, a teoria dos jogos vem recebendo atenção
da cultura popular. Um pesquisador da Teoria dos Jogos e ganhador do Prémio de
Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, John Nash, foi sujeito, em 1998, de biografia por Sylvia Nasar e de um filme em 2001 Uma mente brilhante. A teoria dos Jogos também foi tema em 1983 do filme Jogos de Guerra.

Embora similar à teoria da decisão, a teoria dos jogos estuda decisões que são
tomadas em um ambiente onde vários jogadores interagem. Em outras palavras, a
teoria dos jogos estuda as escolhas de comportamentos ótimos quando o custo e
beneficio de cada opção não é fixo, mas depende, sobretudo, da escolha dos
outros indivíduos.



The Reaper of Darkness

Nenhum comentário:

Postar um comentário